O Calvinismo, com sua ênfase na centralidade das Escrituras, é mais do que um sistema teológico, é, sobretudo, uma maneira teocêntrica de ver, interpretar e atuar na história. O estudioso inglês Tawney (1880-1962), observa que “o Calvinismo foi uma força ativa e radical. Era um credo que buscava não meramente purificar o indivíduo, mas reconstruir a Igreja e o
Estado, e renovar a sociedade permeando todos os setores da vida, tanto
públicos como privados, com a influência da religião”.
O Cristianismo – conforme entende o Reformado –, não é uma forma de acomodação na cultura, antes de formação e de transformação através de uma mudança de perspectiva da realidade, que
redundará necessariamente numa mudança nos cânones de comportamento,
alterando sensivelmente as suas agendas e praxes. Assim sendo, a nossa
fé tem compromissos existenciais inevitáveis. Ser Reformado não é apenas um status nominal vazio de sentido, antes reflete a nossa fé em atos de formação e transformação.
O calvinismo fornece-nos óculos cujas lentes têm o
senso da soberania de Deus como perspectiva indispensável e necessária
para ver, interpretar e atuar na realidade, fortalecendo, modificando ou
transformando-a, conforme a necessidade. Isso tudo, num esforço
constante de atender ao chamado de Deus a viver dignamente o Evangelho no mundo.
Calvino, com sua vida e ensinamentos, contribuiu para forjar um tipo novo de homem: “O reformado”, que vive no tempo, a plenitude do seu tempo para a glória de Deus! Portanto, “O verdadeiro discípulo de Calvino só tem um caminho a seguir: não obedecer ao próprio Calvino, mas Àquele que era o mestre de Calvino”.
Portanto, podemos dizer que o Calvinismo prima não simplesmente pela preocupação teológica – o que sem dúvida é fundamental – mas, sim, pela obediência incondicional ao Deus da Palavra. Assim, dentro desse princípio fundamental – que recebe os Símbolos de Westminster como exposição fiel das Sagradas Escrituras
Fonte: Portal Mackenzie
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