segunda-feira, 8 de julho de 2013

Identidade Calvinista



1) O fundamento de nossa relação com Deus está no Pacto da Graça através do qual Deus “livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação através de Jesus Cristo....”. (Confissão de Westminster, VII.3) 
2) A salvação por Graça unicamente em Jesus Cristo; o Deus encarnado: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem. 
3) A suficiência do sacrifício de Cristo para salvar completa e totalmente o povo de Deus. 
4) A fé como a boa obra do Espírito em nós que nos capacita a responder positivamente ao chamado de Deus. 
5) A Palavra de Deus, e somente Ela é a autoridade final de todo o nosso pensar, crer, agir e sentir. 
6) A Inerrância e infalibilidade das Escrituras como princípios teóricos e práticos que norteiam a nossa perspectiva da realidade em todas as suas dimensões: religiosa, social, política, econômica, ética, profissional, familiar, etc. Portanto, uma ética comprometida com as Escrituras. 
7) O Culto a Deus como meta e razão de ser da Igreja, que se manifeste em consonância com a Palavra, em santo temor e sincera gratidão para com Deus. 
8) Um compromisso com o real a partir da fé em Cristo, gerada em nós pelo Espírito. 
9) A aceitação incondicional da Majestade de Deus e do Senhorio de Cristo em todas as coisas a começar de nossa salvação definitiva. 
10) A compreensão de que a Igreja de Deus não é um conjunto de pessoas individuais mas, é o corpo de Cristo, o povo constituído por Deus através do Seu Espírito, para cultuá-Lo, viver a Sua Palavra e proclamar a Sua salvação em Cristo. 
11) O zelo pela pregação fiel da Palavra, administração correta dos Sacramentos e o exercício fiel da disciplina. 
12) Oração sincera e submissa. Como vimos, de forma figurada, Calvino diz queo coração de Deus é um ‘Santo dos Santos’, inacessível a todos os homens”, sendo o Espírito Quem nos conduz a Ele. Entendia que “com a oração encontramos e desenterramos os tesouros que se mostram e descobrem à nossa fé pelo Evangelho” e, que “a oração é um dever compulsório de todos os dias e de todos os momentos de nossa vida”, e: “Os crentes genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam por essa conta negligentes à oração”. Portanto, este tesouro não pode ser negligenciado como se “enterrado e oculto no solo!”. “Agora, quanto é necessário, e de quantas maneiras o exercício da oração é útil para nós, não se pode explicar satisfatoriamente com palavras”. Aqui está o segredo da Palavra de Deus, segundo a percepção de Calvino: Estudo humilde e oração, atitudes que se revelam em nossa obediência a Cristo. Schaff resume: “Absoluta obediência de seu intelecto à Palavra de Deus, e obediência de sua vontade à vontade de Deus: esta foi a alma de sua religião”. “A oração tem primazia na adoração e no serviço a Deus” (Calvino). Daí o seu conselho: “A não ser que estabeleçamos horas definidas para a oração, facilmente negligenciaremos a prática”. No entanto, devemos ter sempre presente o fato, que é o Espírito “Quem deve prescrever a forma de nossas orações”. 
13) A Glória de Deus como alvo supremo de toda as coisas. (1Co 10.31). “Não busquemos nossos próprios interesses, mas antes aquilo que compraz ao Senhor e contribui para promover sua glória”.  

Fonte : Portal Mackenzie

Teologia Reformada / Calvinismo



O Calvinismo, com sua ênfase na centralidade das Escrituras, é mais do que um sistema teológico, é, sobretudo, uma maneira teocêntrica de ver, interpretar e atuar na história. O estudioso inglês Tawney (1880-1962), observa queo Calvinismo foi uma força ativa e radical. Era um credo que buscava não meramente purificar o indivíduo, mas reconstruir a Igreja e o Estado, e renovar a sociedade permeando todos os setores da vida, tanto públicos como privados, com a influência da religião”.  

O Cristianismo – conforme entende o Reformado –, não é uma forma de acomodação na cultura, antes de formação e de transformação através de uma mudança de perspectiva da realidade, que redundará necessariamente numa mudança nos cânones de comportamento, alterando sensivelmente as suas agendas e praxes. Assim sendo, a nossa fé tem compromissos existenciais inevitáveis. Ser Reformado não é apenas um status nominal vazio de sentido, antes reflete a nossa fé em atos de formação e transformação. 

O calvinismo fornece-nos óculos cujas lentes têm o senso da soberania de Deus como perspectiva indispensável e necessária para ver, interpretar e atuar na realidade, fortalecendo, modificando ou transformando-a, conforme a necessidade. Isso tudo, num esforço constante de atender ao chamado de Deus a viver dignamente o Evangelho no mundo.

Calvino, com sua vida e ensinamentos, contribuiu para forjar um tipo novo de homem: O reformado”, que vive no tempo, a plenitude do seu tempo para a glória de Deus! Portanto, “O verdadeiro discípulo de Calvino só tem um caminho a seguir: não obedecer ao próprio Calvino, mas Àquele que era o mestre de Calvino”.  

Portanto, podemos dizer que o Calvinismo prima não simplesmente pela preocupação teológica – o que sem dúvida é fundamental – mas, sim, pela obediência incondicional ao Deus da Palavra. Assim, dentro desse princípio fundamental – que recebe os Símbolos de Westminster como exposição fiel das Sagradas Escrituras

Fonte: Portal Mackenzie