Por Frankcimarks Oliveira
Pretende-se com este texto responder as seguintes questões:
1- Como o autor descreve a pós-
modernidade?
2- O que ele aborda sobre nossa
espiritualidade nesse contexto?
Antes
de abordar a temática da espiritualidade pós-moderna, o autor introduz o contexto
do caos que os hebreus sofreram no cativeiro babilônico. Lugar este onde os
mesmos não conseguiam viver sua espiritualidade, visto que não conseguiam
cantar os antigos cânticos de Sião em terra estrangeira. Ildo
Perondi então nos contextualiza nesta dita pós-modernidade, incentivando-nos a
buscar uma espiritualidade mesmo em meio
a crise dos paradigmas sociais que estamos enfrentando.
Para
o autor a pós-modernidade é o momentos das mudanças rápidas; O futuro se
confunde com o presente e isso não nos permite assimilar tudo o que está
ocorrendo ao nosso redor. Como ele mesmo diz em seu texto : “ Somos a geração
que vimos nascer e desaparecer as coisas” ( P.6) Podemos
perceber mudanças estruturais e morais em toda a sociedade. Valores que outrora
seriam intocáveis, hoje já não são tão importantes. A pós-modernidade tornou
tudo muito relativo, logo nos tornamos fluidos em vários aspectos da vida.
Este
momento histórico ao qual estamos inseridos é tão confuso que nem mesmo os
especialistas sabem denominá-lo. Já vivemos em uma sociedade teocêntrica e
extremamente religiosa e tradicional; Já vivemos o antropocentrismo na idade
moderna, em que Deus fora posto de lado; Mas agora não se sabe que sistema de
valores é este atual. Estamos
vivendo o auge do stress e da depressão, doenças pós- modernas. Bem como
vivemos em meio a violência , capitalismo voraz, consumismo exagerado. Parece
que saímos dos trilhos e estamos desgovernados.
Ildo
Perondi diz que a pós- modernidade é o caos implantado. Segundo o autor devemos
enfrentar essa crise social com esperança utópica. Precisamos desenvolver nossa
espiritualidade em meio a crise mesmo. Para demonstrar essa necessidade, ele
recorre aos vários personagens bíblicos que mesmo em meio a dor e ao sofrimento,
confusão e dúvidas, recorreram a Deus em uma espiritualidade escriturística.
Elias, Moisés, Davi, Jesus são alguns exemplos citados pelo autor.
Segundo
o autor, vivemos uma espiritualidade vazia, engessada e meramente ritualística.
Nossa teologia se tornou a teologia do deus neoliberal , em que a fé é
comercializada e o consumismo secular fora transportado para o círculo
religioso.Todavia, o autor argumenta que mesmo inseridos numa sociedade tão
fútil e fluida, buscamos coisas mais sólidas e concretas. É do ser humano se
firmar em algo que lhe dê alguma segurança. A
partir de então o autor enumera passos a serem seguidos para se alcançar mesmo
em mio ao caos pós-moderno uma espiritualidade sadia.
Primeiro,
devemos ter a bíblia como resposta para nossa crise, pelo menos como a fonte de
nossa espiritualidade. Segundo Ildo, a bíblia é o livro das utopias e
esperanças do povo de Deus em toda a história. Desde Gênesis capítulo um, vemos
Deus agindo em meio ao caos.
Segundo,
Cristo deve ser o modelo de nossa espiritualidade. Jesus teve uma vida de
oração intensa. Nós precisamos desenvolver este mesmo hábito.
Terceiro,
a cruz deve ser a base de nossa espiritualidade. Sem a cruz não há
cristianismo. Depois de morto, Cristo ressuscitou para ser a esperança dos
cristãos.
Quarto,
o reino de Deus como meta de nossa espiritualidade. Devemos buscar o reino de
Deus como Cristo ensinou na oração do Pai nosso. Quando o reino de Deus deixa
de ser o nosso objetivo, tudo desvanece na espiritualidade. O Reino como
comunidade de serviço, onde todos se servem, principalmente aos pobres e
desfavorecidos.
Quinto,
o profetismo como ação em favor da comunidade e dos injustiçados. Devemos
anunciar o reino e denunciar as mazelas sociais. Tudo isso deve ser feito
apegado a graça de Deus. Devemos entender nossas limitações e fraquezas para
nos lançarmos em Deus e na força de seu poder. Precisamos
estar seguros e firmes em algo que não seja passageiro. Ou seja, numa sociedade
tão fluida e instável como a nossa, devemos nos agarrar em valores imutáveis.
Todavia, necessitamos também, diz o autor, a estarmos abertos a novas
experiências. Isto é, devemos alargar nossos horizontes, nos adaptando a medida
do possível aos novos tempos.
Bibliografia :Espiritualidade cristã na pós modernidade. Ildo Perondi