terça-feira, 19 de agosto de 2014

NIETZSCHE; Friedrich: “O Anticristo”


A Ideia central de Nietzsche ao escrever O Anticristo,  é a transmutação dos valores. Trocar os valores cristãos platônicos que negam a vida e o ato de viver, prometendo recompensas pós-mortem e inserir novos valores que valorizem a vida e a tornem plena.
Por: William Cirilo Teixeira Rodrigues
Introdução por Mauro Araújo Souza.

Apesar de suas inúmeras interpretações, o objetivo central de Nietzsche ao escrever O Anticristo era a critica aos valores estabelecidos em dois mil anos de cristianismo e propor a inversão e criação de novos valores...
O titulo desta obra, tão polêmico, se deve ao fato de Nietzsche combater o idealismo metafísico platônico que transformou este mundo em algo inferior e ilusório em nome da “verdade” de um mundo ideal. Platão era adepto a teoria de que tudo o que existe aqui no mundo real, em nosso mundo, não passa de uma projeção materializada do mundo das idéias que está bem alem da nossa percepção sensitiva. Nietzsche chamava o cristianismo de um platonismo para o povo e isto por si explica o titulo.
Sua obra luta contra a metafísica, contra o dualismo proporcionado entre corpo e alma, terra e céu e assim por diante. É necessário se esclarecer que há uma grande diferença para o filosofo entre Cristo e o cristianismo. Seu livro se posiciona contra o cristianismo e suas interpretações da vida de Cristo, que para ela não passou de um romântico que pretendia mudar o mundo com seu bom coração.
Para Nietzsche não existe o fato, para ele o que existem são interpretações forjadas pelas forças expressas em vontade de potência[1]. Por isso ele proclama que o cristianismo não é a única interpretação do mundo, há outras. Para se entender alguma coisa há necessidade de não se fechar em apenas uma perspectiva, como a cristã, que vem dominando o Ocidente por milênios.
O filósofo propõe o surgimento de um novo tipo humano, o “além-homem”, capaz e conviver com suas limitações e superações. E Nietzsche vem indicar esses valores novos através do Anticristo, diante de um mundo sem necessidade de Deus para criá-lo, guiá-lo ou destruí-lo.
O que o autor mais nega no cristianismo é o seu favorecimento da vida além-túmulo, em detrimento desta própria. Nietzsche prega que a vida deve ser entendida a partir da própria vida, sem o sentimento de culpa da moral cristã. O pecado não existe e se não há pecado não existe a necessidade de salvação. O ser humano sentiu a necessidade da criação de um Deus para preencher o seu próprio vazio existencial e o criou negando sua própria vida terrena.
Auguste Comte que com seu positivismo criticou a religião e todo o atraso da humanidade decorrente desta, acabou por transformar sua visão cientificista em um outra religião, o “ratiocentrismo” (a razão como centro). Nietzsche não opta nem pela metafísica-religiosa nem pela ciência como religião. Nem fé, nem razão: sem dualismos. Tudo é apenas um fluxo de forças e a razão é apenas um acaso, como acaso são todas as outras coisas.
Isso soa como absurdo para os cristão, para eles o mundo não é somente esse absurdo monstro de forças que nos leva ao acaso. Precisa haver um Deus, há de ter um Bem, um julgamento e uma vida eterna sem sofrimentos. Para Nietzsche não há nem céu nem inferno, há somente a existência.
O Anticristo prega que, já é hora de a vida na Terra ser valorizada. Já que as matrizes socráticas e as fundamentações platônicas tornaram o mundo concreto um fardo muito pesado. O mundo foi substituído por uma fábula e a vida tornou-se algo que cansa os homens.
Entretanto, a crítica maior do livro não é feita a Sócrates, Platão ou Santo Agostinho que cristianizou o segundo, mas ao apóstolo Paulo que já trazia idéias platônicas em sua formulação do cristianismo.
O cristianismo ordenou, direta ou indiretamente, todas as mentes no Ocidente, então somente um anticristo para descristianizar o mesmo Ocidente. É assim que Nietzsche se vê. Ele não se contenta somente com a inversão dos valores, ele parte também para a criação de novos valores.
O que é o cristianismo? É uma religião que nega o ato de viver, corrompe os instintos humanos, impede a felicidade. E o papel do anticristo é denunciar essa corrosão da alma como contrária a natureza. O que é Deus para Nietzsche? É a própria contradição da vida, negando-a.
Toda a tensão do autor é voltada contra a Igreja cristã e não contra Jesus Cristo. Cristo, como já foi dito antes, foi um romântico que para Nietzsche foi o único cristão que já existiu, todo o resto depois dele é montagem. Tanto que o filósofo cita “o evangelho morreu na cruz”.
Quem o filosofo combate e denomina como fundador da Igreja Cristã é Paulo, o apóstolo. Foi ele quem unindo a tradição judaica com a helênica, transformou o cristianismo no “platonismo para o povo”. Cristo não tinha a intenção de criar uma igreja institucional, tanto que morreu por isso, mas Paulo tinha e a institucionalizou. Paulo também foi o responsável por criar essa visão de Deus que conhecemos, que é totalmente diferente da pregada por Jesus. Paulo, para Nietzsche foi o manipulador da herança de Cristo
Paulo também foi o inventor do além no cristianismo, antes o Reino de Deus era considerado um estado de espírito, agora passara a ser algo pós-morte, outra realidade. Paulo usava da lógica dos Fariseus, que era tudo o que Cristo combatia e por isso foi crucificado. O sacerdote tornou-se tirânico, tendo ao mesmo tempo o poder de um rabino e de um soldado romano. Enfim, o cristianismo se institucionalizou, com dogmas e uma casta sacerdotal.
Como golpe de misericórdia, Paulo criou o juízo final implantando o medo à vida terrena. O dualismo platônico estava efetivado. Transformou Jesus no Salvador da humanidade e culpou a vida odiando-a. Todo cristão tornou-se um ressentido, auto-classificados como “os eleitos”, os “justos”, etc.
Nietzsche entende o cristianismo como uma automutilação e somente alguém muito carente de amor poderia ter criado um Deus de puro amor.
Por um período, Nietzsche chegou a imaginar que o cristianismo estaria perto de uma derrota: durante o Renascimento e a Reforma religiosa, Mas decepcionou-se a ver que Lutero somente fortaleceu o cristianismo.
Nietzsche é contra todas as formas e cristianismo, seja ela católica ou protestante, por isso sua obra é tão atual. Pois a moral do ressentimento e da culpa estão presentes no mundo cristão. E são muitos que seguem como “rebanhos” a seu pastor, a seu sacerdote, que falam em nome de Cristo, que Nietzsche lembra, levou com sigo o verdadeiro Evangelho.
Toda luta do autor é contra a metafísica platônica e sua popularização através do cristianismo. Nessa luta sua única arma é seu projeto de uma transvalorização dos valores.


Bibliografia:
NIETZSCHE; Friedrich: “O Anticristo”. São Paulo-SP, ed Martin Claret, 2006

quarta-feira, 12 de março de 2014

Espiritualidade e pós-modernidade- 2



Por Frankcimarks Oliveira 

Pretende-se com este texto responder as seguintes questões:

1-     Como o autor descreve a pós- modernidade?
2-    O que ele aborda sobre  nossa espiritualidade nesse contexto?

Antes de abordar a temática da espiritualidade pós-moderna, o autor introduz o contexto do caos que os hebreus sofreram no cativeiro babilônico. Lugar este onde os mesmos não conseguiam viver sua espiritualidade, visto que não conseguiam cantar os antigos cânticos de Sião em terra estrangeira. Ildo Perondi então nos contextualiza nesta dita pós-modernidade, incentivando-nos a buscar  uma espiritualidade mesmo em meio a crise dos paradigmas sociais que estamos enfrentando.

Para o autor a pós-modernidade é o momentos das mudanças rápidas; O futuro se confunde com o presente e isso não nos permite assimilar tudo o que está ocorrendo ao nosso redor. Como ele mesmo diz em seu texto : “ Somos a geração que vimos nascer e desaparecer as coisas” ( P.6) Podemos perceber mudanças estruturais e morais em toda a sociedade. Valores que outrora seriam intocáveis, hoje já não são tão importantes. A pós-modernidade tornou tudo muito relativo, logo nos tornamos fluidos em vários aspectos da vida.

Este momento histórico ao qual estamos inseridos é tão confuso que nem mesmo os especialistas sabem denominá-lo. Já vivemos em uma sociedade teocêntrica e extremamente religiosa e tradicional; Já vivemos o antropocentrismo na idade moderna, em que Deus fora posto de lado; Mas agora não se sabe que sistema de valores é este atual. Estamos vivendo o auge do stress e da depressão, doenças pós- modernas. Bem como vivemos em meio a violência , capitalismo voraz, consumismo exagerado. Parece que saímos dos trilhos e estamos desgovernados.


Ildo Perondi diz que a pós- modernidade é o caos implantado. Segundo o autor devemos enfrentar essa crise social com esperança utópica. Precisamos desenvolver nossa espiritualidade em meio a crise mesmo. Para demonstrar essa necessidade, ele recorre aos vários personagens bíblicos que mesmo em meio a dor e ao sofrimento, confusão e dúvidas, recorreram a Deus em uma espiritualidade escriturística. Elias, Moisés, Davi, Jesus são alguns exemplos citados pelo autor.

Segundo o autor, vivemos uma espiritualidade vazia, engessada e meramente ritualística. Nossa teologia se tornou a teologia do deus neoliberal , em que a fé é comercializada e o consumismo secular fora transportado para o círculo religioso.Todavia, o autor argumenta que mesmo inseridos numa sociedade tão fútil e fluida, buscamos coisas mais sólidas e concretas. É do ser humano se firmar em algo que lhe dê alguma segurança. A partir de então o autor enumera passos a serem seguidos para se alcançar mesmo em mio ao caos pós-moderno uma espiritualidade sadia.

Primeiro, devemos ter a bíblia como resposta para nossa crise, pelo menos como a fonte de nossa espiritualidade. Segundo Ildo, a bíblia é o livro das utopias e esperanças do povo de Deus em toda a história. Desde Gênesis capítulo um, vemos Deus agindo em meio ao caos.

Segundo, Cristo deve ser o modelo de nossa espiritualidade. Jesus teve uma vida de oração intensa. Nós precisamos desenvolver este mesmo hábito.

Terceiro, a cruz deve ser a base de nossa espiritualidade. Sem a cruz não há cristianismo. Depois de morto, Cristo ressuscitou para ser a esperança dos cristãos.

Quarto, o reino de Deus como meta de nossa espiritualidade. Devemos buscar o reino de Deus como Cristo ensinou na oração do Pai nosso. Quando o reino de Deus deixa de ser o nosso objetivo, tudo desvanece na espiritualidade. O Reino como comunidade de serviço, onde todos se servem, principalmente aos pobres e desfavorecidos.

Quinto, o profetismo como ação em favor da comunidade e dos injustiçados. Devemos anunciar o reino e denunciar as mazelas sociais. Tudo isso deve ser feito apegado a graça de Deus. Devemos entender nossas limitações e fraquezas para nos lançarmos em Deus e na força de seu poder. Precisamos estar seguros e firmes em algo que não seja passageiro. Ou seja, numa sociedade tão fluida e instável como a nossa, devemos nos agarrar em valores imutáveis. Todavia, necessitamos também, diz o autor, a estarmos abertos a novas experiências. Isto é, devemos alargar nossos horizontes, nos adaptando a medida do possível aos novos tempos.

Bibliografia :Espiritualidade cristã na pós modernidade. Ildo Perondi

Espiritualidade e pós-modernidade



Por Sergio Sebold – Economista e Professor 


Diversos autores no campo da sociologia têm encontrado dificuldades de uma análise acurada da sociedade atual, reconhecendo que não visualizam soluções de curto prazo para os tremendos desafios que se tem pela frente, oriundas principalmente pelo avanço tecnológico. De forma geral estes pesquisadores reproduzem o modelo psicológico fomentado pelo iluminismo. O iluminismo é decorrente da ascensão, depois de alguns bons séculos, da classe dos comerciantes e afins até tomada do poder político. Por esta ótica, a sociedade está estruturada pelos ideais, interesses e perspectivas novamente dos comerciantes, do sistema industrial, do sistema financeiro e como pano de fundo dos especuladores.
            Para manter estes ideais, tornou-se necessário eliminar do horizonte emocional e intelectual: a transcendência. Esta substituição se promove através do bem estar e da felicidade, que devem ser encontrado nas posses, na diversão, no acúmulo de conhecimentos e no desenvolvimento de técnicas que favoreçam cada vez mais o consumo. Caso contrário, se a felicidade humana for procurada na sua forma mais profunda, o transcendental, o modelo capitalista vigente entra em colapso. 
            Sem entrar em proposições filosóficas, a busca do bem-estar e da felicidade é encontrada nas seguintes dimensões: no campo físico; no campo dos sentimentos, sensações e emoções; no campo intelectual; e no campo espiritual. A luz de nosso intelecto os três primeiros são limitados, e sua busca resulta numa condição de imcompletude, num processo sem fim. Mas só há busca, porque sempre haverá escassez, carências, necessidades, levando o ser humano a um sentimento permanente de nunca se completar ou satisfazer. Para amenizar esta perspectiva sombria, as religiões pregam em primeiro lugar, sem negar os demais campos, a dimensão espiritual, porque esta é completa. Diante desta possibilidade, o iluminismo em defesa própria, argumenta que a religião significa trevas. Para justificar isso, aponta o cristianismo com todas as suas distorções. Em seus argumentos, afirmam que às "trevas religiosas" opõem-se as luzes da nova visão, aquela que garante a busca do bem estar unicamente no campo dos fenômenos. 



            As expectativas e as esperanças que restam aos entes humanos indefesos são as que estão relacionadas ao desenvolvimento e consumo de novos produtos da técnica. O resultado, em todo o mundo, em graus variados, é o que vemos hoje: relativismo, banalidades, incertezas, prisões abarrotadas, violências urbanas, tudo por falta de perspectiva, vazios existenciais, pobreza crescente, assombrosa corrupção, relacionamentos superficiais e descartáveis. Será este o preço da transição ou de crise para um novo período da história, o da "pós-modernidade"?            Uma vez, reduzida a religião à esfera de insignificância como pretendem, fica aberto o campo para muitas pessoas ingênuas, primárias e os jovens com baixa estrutura crítica, serem vítimas das vendas, dos lucros, do acúmulo de riquezas, da especulação, da busca da felicidade e do hedonismo por meio do consumo, tendo por trás o suave canto das sereias: a mídia capitalista. Entretanto, o capitalismo acabou descobrindo que a religião não precisa ser totalmente negada – ela passa a ser mais uma oportunidade dos itens de vendas, de faturamento, e pode ainda ser multifacetada a fim de facilitar o consumo por parte de pessoas fragilizadas pelas dificuldades da vida, sendo elas agora excelentes massas de manobra.


segunda-feira, 5 de agosto de 2013

O Credo Apostólico*




ORIGEM
O Credo Apostólico, o mais conhecido dos credos, é atribuído pela tradição aos doze apóstolos.[1] Mas os estudiosos acreditam que ele se desenvolveu a partir de pequenas confissões batismais empregadas nas igrejas dos primeiros séculos. Embora os seus artigos sejam de origem bem antiga, acredita-se atualmente que o credo apostólico só alcançou sua forma definitiva por volta do sexto século,[2] quando são encontrados registros do seu emprego na liturgia oficial da igreja ocidental. De um modo ou de outro, parece evidente sua conexão com outros credos antigos menores; como os seguintes:
Creio em Deus Pai Todo-poderoso, e em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor. E no Espírito Santo, na santa Igreja, na ressurreição da carne.
Creio em Deus Pai Todo-poderoso. E em Jesus Cristo seu único Filho nosso Senhor, que nasceu do Espírito Santo e da virgem Maria; concebido sob o poder de Pôncio Pilatos e sepultado; ressuscitou ao terceiro dia; subiu ao céu e está sentado à mão direita do Pai, de onde há de vir julgar os vivos e os mortos. E no Espírito Santo; na santa Igreja; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo.[3]
O Credo Apostólico, assim como os Dez Mandamentos e a Oração Dominical, foi anexado, pela Assembléia de Westminster, ao Catecismo. “Não como se houvesse sido composto pelos apóstolos, ou porque deva ser considerado Escritura canônica, mas por ser um breve resumo da fé cristã, por estar de acordo com a palavra de Deus, e por ser aceito desde a antigüidade pelas igrejas de Cristo.”[4]

TEXTO EM PORTUGUÊS

Creio em Deus Pai, Todo-poderoso, Criador do Céu e da terra.
Creio em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido por obra do Espírito Santo; nasceu da virgem Maria; padeceu sob o poder de Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado; ressurgiu dos mortos ao terceiro dia; subiu ao Céu; está sentado à direita de Deus Pai Todo-poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Universal; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpo; na vida eterna. Amém. 

Fonte : Monergismo

Arminianismo x Calvinismo

Cinco pontos do arminianismo
Cinco pontos do calvinismo
1. O homem nunca é de tal modo corrompido pelo pecado que não possa crer salvaticiamente no evangelho, uma vez que este lhe seja apresentado.
  1. O homem decaído, em seu estado natural, não tem capacidade alguma para crer no evangelho, tal como lhe falta toda a capacidade para dar crédito à lei, a despeito de toda indução externa que sobre ele possa ser exercida.
2. O homem nunca é de tal modo controlado por Deus que não possa rejeitá-lo.
2. A eleição de Deus é uma escolha gratuita, soberana e incondicional de pecadores, como pecadores, para que venham a ser redimidos por Cristo, para que venham a receber fé e para que sejam conduzidos à glória.
3. A eleição divina dos que serão salvos alicerça-se sobre o fato da provisão divina de que eles haverão de crer, por sua própria deliberação.
3. A obra remidora de Cristo teve como sua finalidade e alvo a salvação dos eleitos.
4. A morte de Cristo não garantiu a salvação para ninguém, pois não garantiu o dom da fé para ninguém (e nem mesmo existe tal dom); o que ela fez foi criar a possibilidade de salvação para todo aquele que crê.
4. A obra do Espírito Santo, ao conduzir os homens à fé, nunca deixa de atingir o seu objetivo.
5. Depende inteiramente dos crentes manterem-se em um estado de graça, conservando a sua fé; os que falham nesse ponto desviam-se e se perdem.
5. Os crentes são guardados na fé na graça pelo poder inconquistável de Deus, até que eles cheguem à glória.


Fonte : Teologia Calvinista
 

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Identidade Calvinista



1) O fundamento de nossa relação com Deus está no Pacto da Graça através do qual Deus “livremente oferece aos pecadores a vida e a salvação através de Jesus Cristo....”. (Confissão de Westminster, VII.3) 
2) A salvação por Graça unicamente em Jesus Cristo; o Deus encarnado: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem. 
3) A suficiência do sacrifício de Cristo para salvar completa e totalmente o povo de Deus. 
4) A fé como a boa obra do Espírito em nós que nos capacita a responder positivamente ao chamado de Deus. 
5) A Palavra de Deus, e somente Ela é a autoridade final de todo o nosso pensar, crer, agir e sentir. 
6) A Inerrância e infalibilidade das Escrituras como princípios teóricos e práticos que norteiam a nossa perspectiva da realidade em todas as suas dimensões: religiosa, social, política, econômica, ética, profissional, familiar, etc. Portanto, uma ética comprometida com as Escrituras. 
7) O Culto a Deus como meta e razão de ser da Igreja, que se manifeste em consonância com a Palavra, em santo temor e sincera gratidão para com Deus. 
8) Um compromisso com o real a partir da fé em Cristo, gerada em nós pelo Espírito. 
9) A aceitação incondicional da Majestade de Deus e do Senhorio de Cristo em todas as coisas a começar de nossa salvação definitiva. 
10) A compreensão de que a Igreja de Deus não é um conjunto de pessoas individuais mas, é o corpo de Cristo, o povo constituído por Deus através do Seu Espírito, para cultuá-Lo, viver a Sua Palavra e proclamar a Sua salvação em Cristo. 
11) O zelo pela pregação fiel da Palavra, administração correta dos Sacramentos e o exercício fiel da disciplina. 
12) Oração sincera e submissa. Como vimos, de forma figurada, Calvino diz queo coração de Deus é um ‘Santo dos Santos’, inacessível a todos os homens”, sendo o Espírito Quem nos conduz a Ele. Entendia que “com a oração encontramos e desenterramos os tesouros que se mostram e descobrem à nossa fé pelo Evangelho” e, que “a oração é um dever compulsório de todos os dias e de todos os momentos de nossa vida”, e: “Os crentes genuínos, quando confiam em Deus, não se tornam por essa conta negligentes à oração”. Portanto, este tesouro não pode ser negligenciado como se “enterrado e oculto no solo!”. “Agora, quanto é necessário, e de quantas maneiras o exercício da oração é útil para nós, não se pode explicar satisfatoriamente com palavras”. Aqui está o segredo da Palavra de Deus, segundo a percepção de Calvino: Estudo humilde e oração, atitudes que se revelam em nossa obediência a Cristo. Schaff resume: “Absoluta obediência de seu intelecto à Palavra de Deus, e obediência de sua vontade à vontade de Deus: esta foi a alma de sua religião”. “A oração tem primazia na adoração e no serviço a Deus” (Calvino). Daí o seu conselho: “A não ser que estabeleçamos horas definidas para a oração, facilmente negligenciaremos a prática”. No entanto, devemos ter sempre presente o fato, que é o Espírito “Quem deve prescrever a forma de nossas orações”. 
13) A Glória de Deus como alvo supremo de toda as coisas. (1Co 10.31). “Não busquemos nossos próprios interesses, mas antes aquilo que compraz ao Senhor e contribui para promover sua glória”.  

Fonte : Portal Mackenzie

Teologia Reformada / Calvinismo



O Calvinismo, com sua ênfase na centralidade das Escrituras, é mais do que um sistema teológico, é, sobretudo, uma maneira teocêntrica de ver, interpretar e atuar na história. O estudioso inglês Tawney (1880-1962), observa queo Calvinismo foi uma força ativa e radical. Era um credo que buscava não meramente purificar o indivíduo, mas reconstruir a Igreja e o Estado, e renovar a sociedade permeando todos os setores da vida, tanto públicos como privados, com a influência da religião”.  

O Cristianismo – conforme entende o Reformado –, não é uma forma de acomodação na cultura, antes de formação e de transformação através de uma mudança de perspectiva da realidade, que redundará necessariamente numa mudança nos cânones de comportamento, alterando sensivelmente as suas agendas e praxes. Assim sendo, a nossa fé tem compromissos existenciais inevitáveis. Ser Reformado não é apenas um status nominal vazio de sentido, antes reflete a nossa fé em atos de formação e transformação. 

O calvinismo fornece-nos óculos cujas lentes têm o senso da soberania de Deus como perspectiva indispensável e necessária para ver, interpretar e atuar na realidade, fortalecendo, modificando ou transformando-a, conforme a necessidade. Isso tudo, num esforço constante de atender ao chamado de Deus a viver dignamente o Evangelho no mundo.

Calvino, com sua vida e ensinamentos, contribuiu para forjar um tipo novo de homem: O reformado”, que vive no tempo, a plenitude do seu tempo para a glória de Deus! Portanto, “O verdadeiro discípulo de Calvino só tem um caminho a seguir: não obedecer ao próprio Calvino, mas Àquele que era o mestre de Calvino”.  

Portanto, podemos dizer que o Calvinismo prima não simplesmente pela preocupação teológica – o que sem dúvida é fundamental – mas, sim, pela obediência incondicional ao Deus da Palavra. Assim, dentro desse princípio fundamental – que recebe os Símbolos de Westminster como exposição fiel das Sagradas Escrituras

Fonte: Portal Mackenzie